Com que se fabrica o papel?
Na sua maior parte com madeira.
Se rasgares uma folha de papel, poderás aperceber-te de pequeninos fios: são fibras de madeira.
Que podes fazer com papel?
Escrever, desenhar, divertir-te a dobrá-lo ou a recortá-lo. O papel também serve para o fabrico de livros, jornais, cartazes, bilhetes-postais ou cadernos e muitas outras coisas.
O papel? Há-o de todas as espécies, para todos os fins
Pode ser de boa qualidade, liso ou rugoso para os desenhos que pintas, fino e leve para as cartas que escreves. É absorvente como uma esponja para a fraldas dos bebés, macio como veludo para os lenços de assoar.
É filtrante para não deixar passar as folhinhas de chá para a água, mas permitindo a passagem do seu aroma, impermeável para evitar que os iogurtes, os sumos de frutos e todos os líquidos extravasem da embalagem.
É inimitável para evitar o fabrico de notas falsas, resistente para embalar e proteger as encomendas.
O cartão também é papel!
Fabrica-se juntando várias folhas.
Permite transportar as coisas frágeis ou pesadas. É tão sólido que com ele se podem fazer pastas, caixas, caixotes, tabuleiros ou assentos.
O papel não existiu sempre.
Os homens da Pré-História pintavam as paredes das suas grutas com terras de cor. Na Antiguidade, escrevia-se em tudo o que podia conservar-se por muito tempo: ossos, cascas de madeira, conchas ou carapaças de tartaruga, peças de cerâmica ou paredes e colunas dos templos.
Em Roma, as inscrições eram gravadas na pedra, letra por letra. Os Romanos escreviam também em tabuinhas enceradas. Este trabalho era moroso e delicado.
A invenção do pergaminho permitiu o fabrico dos primeiros livros.
Na Ásia Menor, os habitantes da cidade de Pérgamo desenvolveram uma técnica de secagem das peles de vitela, de carneiro, de cabra ou de gazela. As peles eram peladas, raspadas, estendidas, secas e polidas com pedra-pomes. As membranas obtidas eram finas, lisas e flexíveis, mas possuíam resistência bastante para permitir que se escrevesse nelas dos dois lados.
No Egipto, 1800 anos antes de Jesus Cristo, de pincel na mão, o escriba desenha hieróglifos num comprido rolo. Este é feito com uma planta que se chama papiro. É uma espécie de cana que cresce nas margens do Nilo. A haste é descascada, depois cortada em lâminas muito finas. Estas são sobrepostas, em seguida marteladas a fim de se tornarem chatas e formarem uma folha que se pode pôr a secar sob um peso.
O rolo do escriba obtém-se colando ponta com ponta várias dessas folhas.
Sabes que o mais antigo fabricante de papel foi uma vespa?
O seu ninho é todo construído com cartão. Ela arranca fibras de bambu que amolece com a sua saliva para fazer com elas uma pasta. Depois de seca, esta forma paredes muito rígidas. Conta-se que um chinês, Tsai-Lun, inventou o papel observando as vespas. Triturando bocados de bambus e amoreiras, obteve uma massa líquida. Filtrou-a e deixou-a secar.
Foi assim que nasceu a primeira folha de papel. Isto passava-se na China, no ano 105 depois de Jesus Cristo.
O papel atravessa o mundo.
Durante setecentos anos, os Chineses guardaram o seu segredo. Mas em 751, no decurso de uma guerra, os Árabes capturaram dois fabricantes de papel chineses que lhes ensinaram a sua profissão. Os Árabes melhoraram o fabrico do papel utilizando farrapos de chânhamo, de algodão e de linho. Em breve, os Califas, reis do império árabe, possuíam as maiores bibliotecas do mundo. O papel serviu-lhes também para o envio de mensagens urgentes transportadas por pombos-correios.
Na Idade Média, os Cruzados descobrem por sua vez este maravilhoso papel que trazem para França a bordo dos seus navios.
Partindod e Marselha ou de Veneza, mercadores franceses e italianos fazem longas viagens para o comprarem aos Árabes, depois acham mais prático e menos dispendioso fabricarem-no eles próprios. Surge então uma nova profissão, a do farrapeiro que, de aldeia em aldeia, compra velhas roupas brancas para as revender, a peso de ouro, ao engenho de papel: era a fábrica de papel de outrora.
Camisas velhas e pasta de papel!
No engenho, os farrapos são seleccionados. Só interessam os brancos. São retiradas as costuras. Depois, humedecidos, deixam-nos apoderecer numa cave. Em seguida, recortam-nos em finas tiras e metem-nos numa tina cheia de água.
Durante numerosas horas, com grandes maços reduzem os farrapos a pequeninos bocados que se juntam com água. Forma-se uma pasta de papel muito líquida. Adicionando um pouco de cola ou de resina, obtém-se uma pasta de melhor qualidade.
Nascimento de uma folha.
O operário mergulha a sua forma numa dorna. Retira-a agitando-a para que a pasta se espalhe com regularidade. Uma vez escorrida, a folha ainda húmida e frágil é colocada entre dois feltros. As sanduíches de feltro e papel são comprimidas entre dois discos. Toda a restante água escorre.
As folhas acabam de secar nos estendedouros.
Sabes que hoje certos papéis especiais ainda são fabricados assim?
Pode-se fabricar papel sem destruir tantas árvores?
Os sábios pesquisam novos métodos de fabrico com plantas que se desenvolvam muito depress, como o cânhamo e a alfa. Os papeleiros utilizam também papéis velhos recuperados: jornais, listas telefónicas...
Uma vez reconvertida, uma tonelada de papel velho salva a vida de oito árvores.
Bibliografia: "A história da folha de papel", Livraria Civilização / Círculo de Leitores, 1990
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
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