segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Origami

Origami (do japonês: 折り紙, de oru, "dobrar", e kami, "papel") é a arte tradicional japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objetos com as dobras geométricas de uma peça de papel, sem cortá-la ou colá-la.
O origami usa apenas um pequeno número de dobras diferentes, que no entanto podem ser combinadas de diversas maneiras, para formar desenhos complexos. Geralmente parte-se de um pedaço de papel quadrado, cujas faces podem ser de cores ou estampas diferentes, prosseguindo-se sem cortar o papel. Ao contrário da crença popular, o origami tradicional japonês, que é praticado desde o Período Edo (1603-1897), frequentemente foi menos rígido com essas convenções, permitindo até mesmo o corte do papel durante a criação do desenho, ou o uso de outras formas de papel que não a quadrada (rectangular, circular, etc.).
Segundo a cultura japonesa, aquele que fizer mil origamis da garça de papel japonesa (Tsuru, "garça") teria um pedido realizado - crença esta popularizada pela história de Sadako Sasaki, vítima da bomba atômica.

História

Conforme se foram desenvolvendo métodos mais simples de criar papel, o papel foi tornando-se menos caro, e o Origami, cada vez mais uma arte popular. Ainda assim as pessoas menos abastadas se esforçavam em não desperdiçar; guardavam sempre todas as pequenas réstias de papel, e usavam-nas nos seus modelos de origami.
Durante séculos não existiram instruções para criar os modelos origami, pois eram transmitidas verbalmente de geração em geração. Esta forma de arte viria a tornar-se parte da herança cultural dos japoneses. Em 1797 foi publicado um livro (Hiden Senbazuru Orikata) contendo o primeiro conjunto de instruções origami para dobrar um pássaro sagrado da India. O Origami tornou-se uma forma de arte muito popular, conforme indica uma impressão em madeira de 1819 intitulada "Um mágico transforma folhas em pássaros", que mostra pássaros a serem criados a partir de folhas de papel.
Em 1845 foi publicado outro livro (Kan no mado) que incluía uma coleção de aproximadamente 150 modelos Origami. Este livro introduzia o modelo do sapo, muito conhecido hoje em dia. Com esta publicação, o Origami espalha-se como atividade recreativa no Japão.
Não seriam apenas os Japoneses a dobrar o papel, mas também os Mouros, no Norte de África, que trouxeram a dobragem do papel para Espanha na sequência da invasão árabe no século VIII. Os mouros usavam a dobragem de papel para criar figuras geométricas, uma vez que a religião proibia-os de criar formas animais. Da Espanha espalhar-se-ia para a América do Sul. Com as rotas comerciais terrestres, o Origami entra na Europa e, mais tarde, nos Estados Unidos.

A divisão do Origami

A grande divisão entre a antiga dobragem do papel e a nova surgiu cerca de 1950 quando o trabalho de Akira Yoshizawa se tornou conhecido. Foi Yoshizawa quem criou a idéia da dobragem criativa (Sasaku Origami) e inventou todo um conjunto de métodos que nada deviam ao origami do passado, permitindo dobrar uma série de animais e pássaros. Porém, ainda precisava de duas partes de papel para conseguir animais de quatro patas, o que só viria a ser ultrapassado com a invenção das Bases Blintzed em meados da década de 1950 por outros entusiastas, particularmente o norte-americano George Rhoades. Até lá, apenas era possível dobrar animais muito primitivos, incluindo o tradicional porco..

Matemática

A prática e o estudo do Origami envolve vários tópicos de relevo da matemática. Por exemplo, o problema do alisamento da dobragem (se um modelo pode ser desdobrado) tem sido tema de estudo matemático considerável.
A dobragem de um modelo alisável foi provado por Marshall Bern e Barry Hayes como sendo um problema NP completo [1].
O problema do Origami rígido ("se o papel for substituído por metal será ainda possível construir o modelo?") é de grande importância prática. Por exemplo, a dobragem Miura é uma dobragem rígida que tem sido usada para levar para o espaço grelhas de painés solares para satélites.

Variações

Artistas

  • Akira Yoshizawa (吉澤 章, Yoshizawa Akira) - criador do repertório moderno de modelos e simbologia
  • Bruno Ferraz - autor de livros sobre origami no Brasil
  • Carlos Genova - autor de livros sobre origami no Brasil
  • Eric Joisel - Francês famoso pelas suas esculturas em dobras de papel ultra-realistas
  • Issei Yoshino - famoso artista pela composição multimodular de esqueletos de Tiranossauro e Triceratops.
  • Jeremy Shafer - Americano, membro do OrigamiUSA, publica o folheto BARF e criador de vários modelos
  • John Montroll - Autor com mais de 15 livros de origami, grande divulgador no Ocidente da arte.
  • Kunihiko Kasahara - especialista em origamis poliédricos e animais
  • Lena das Dobraduras - autora de livros sobre origami com contaçao de historias no Brasil
  • Makoto Yamaguchi - autor japones especialista em kusudamas
  • Mari Kanegae - autora de livros sobre origami no Brasil
  • Nicolas Terry - Artista francês conhecido por suas obras com estilo cartunizado
  • Peter Engel - Influente artista de origami e teórico
  • Robert Harbin - Popularizou o origami na Inglaterra, apresentou uma série de curtas intitulada Origami, produzido pela Thames Television da ITV
  • Robert J. Lang - Autor de inúmeros livros
  • Satoshi Kamiya (神谷 哲史, Kamiya Satoshi) - grande criador de modelos complexos,
  • Seiji Nishikawa - um dos criadores do Origami Tanteidan
  • Tomoko Fuse (布施 知子, Fuse Tomoko) - criadora de várias séries de máscaras e origamis modulares
  • Toshikazu Kawasaki (川崎敏和, Kawasaki Toshikazu) - matemático japonês famoso por várias dobraduras geométricas, incluindo a Rosa de Kawasaki
  • Tadashi Mori - criador de alguns origamis e kusudamas, tem vários vídeos ensinando e apresentando
 
Fonte: Wikipédia 

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